sábado, 28 de dezembro de 2013

Insetos

Eles não se importam
Tanto com nós
Como nós nos importamos
Com...

Um momento, há uma mosca
Em minha cerveja!


Lino Pedro.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Ampulheta

A ampulheta teve
Sua base invertida,
E pouco a pouco descem
Os grãos de areia para
O lado errado do vidro.


Élio Braga.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Na Contramão.

Parece impossível excluir-lhe
De meus pensamentos ventureiros.
Ou talvez o impossível mesmo
Seja encaixar-me neles com outrém.


Élio Braga.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Palhaçada Noturna

O sono abre os portões
Da noite para que 
Os sonhos comecem com suas
Malícias perplexas.

Lino Pedro.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Química

Como um treino, surgiu
A beira de minha renúncia
De assuntos nada inócuos.

Treinou-me bem,
Atingiu meu mais profundo
Âmago, e pensei comigo mesmo:
"O que é tudo isso?"

E de olhos fechados
Não precisamos de respostas
Se nossa matéria se liga,
E desliga,
Inúmeras vezes com agrado.

Minha alcova já tem nome,
Mas ganha outro cada vez
Que sente seu ardor infiltrando-se.

Ora preocupo-me,
Ora anseio a eternidade.
E minha muralha cai
Tijolo por tijolo,
Ao som da respiração
Que sai de você.

Continuo inerte,
A gravidade puxa-me forte,
Mas meus pés começam a,
Finalmente, adquirir certo
Movimento em direção aos seus.


Benjamim Neto.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Nova Essência Da Voz

Troquei de perfume.
A minha própria inquisição
Levou ao tribunal o antigo.

Eles se parecem de tantas maneiras
Que a mudança já pode ter ocorrido
E eu ainda não percebi.

Mas o cheiro aglutinou-se
Em meu pulso, em meus olhos
E em meu lápis.

Escrevo com cores diferentes os
Projetos diferentes que o novo
Perfume tratará de criar.

Se as cores saírem transparentes
Deixo ao encargo de meu corpo
O ímpeto que não pude conter.


Benjamim Neto.

sábado, 23 de novembro de 2013

Passagem de Ida

Da janela do ônibus
Passam a estrada e os carros,
Passam as árvores destemidas,
Passa instantaneamente a vida.

Corre longe, fora do alcance
Dos olhos dos que nada enxergam.

É uma honra ver as ondas caminhando
Pelo universo ultravioleta entre as folhas
Das árvores e entre as partes da vida.

A chuva ataca minha janela
E tudo lá fora parece não ser entendido
Por quem está do lado de dentro
Da compreensão humana.

Os raios disputam lugar
Na escuridão que as nuvens trazem,
O som do mundo é então sentido
De uma maneira diferente da que estou
Acostumado quando penso no silêncio.

Ao ruído suave e constante
A imagem vista pela janela
Aparenta ser algo bom.


Élio Braga.

domingo, 17 de novembro de 2013

Assunto Secreto

Dos contatos públicos
À sua privatização
Prefiro estar em meio termo
Quando o assunto sou eu.


Élio Braga.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Magia Negra

Meu novelo de lã
Continua desenrolando-se,
Sua roupa está ficando pronta.

Coloquei magia negra
Em cada pedaço da vestimenta,
Mas sei você não se importa.

Se entende-me, preciso agora
Bolar um plano melhor,
Pois seus olhos são como
Os meus.


Élio Braga.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Antiguidades

Creio que no passado
Tudo era explicitamente
Reflexo de pensamentos
Fracos que tínhamos.

Creio que não precisávamos
Alcançar a perfeição,
Pois ela havia vindo de bom grado
Até nós.

Creio que a paz
Era sinônimo de você
E que sua boca nada mais
Tinha a me dizer,

Pois seus olhos já haviam
Dito tudo o que eu precisava saber..

Creio que vivo no passado,
Meus sonhos ainda são um museu.

Um museu a nós, mas que continua
Sendo seu.


Benjamim Neto.

sábado, 2 de novembro de 2013

Fotografia

Há uma ambição
Que fixa-se,
Dia-após-dia,
Em meu ser.

Há em mim
Olhos em você.


Benjamim Neto

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Errante

O rosto esfregado,
A alma inerte,
O corpo nu, mais uma vez.

A escuridão é pouca,
Mas não por muito;
É questão de tempo mesmo até
Que eu perca a visão.

Contudo, quem precisa ver
Quando nada precisa ser visto?

Simples franquezas acarretam
Simples resultados.
Simples assim, como a escuridão.


Lino Pedro.

Anjo

São estes seus cabelos
Que fazem-me lembrar o Sol,
E seus olhos o amanhecer do céu
Tão azul quanto o mar.


E se resolveu descer do céu
Foi para provar que este existe.
O que lhe peço, anjo,
É que não suba jamais.


Se lhe fito,
Cego-me na claridez
De paz e tranquilidade
Que seus olhos refletem.



Meu anjo,
Sua pele é leve como as nuvens,
Branca como a neve e
Macia como pluma.


Seu riso áureo
Faz com que a felicidade 
Paire sobre mim,
Deixando-me, também, feliz.


Atento-me ao ouvir sua voz.
Deslumbro-me, pois, em tal encanto
Que começo a rir
E a descobrir quão doce são suas palavras.


E nem as mais belas imagens
Ousam desafiar-lhe.
Não há espelho que não contente-se
Em refletir sua imagem.


Meu anjo,
Peço-lhe, por fim,
Que não retorne ao céu
E faça daqui o paraíso.



Benjamim Neto.

O Ônibus Mágico

Tomei uma infinidade
De arco-íris.
Desceu-me na garganta
Puro ouro em pó
Misturado à minha saliva.

Pulei no chão enquanto
Este era feito de borracha,
Nada estava fora do comum.

Ondas de cores estranhas
Brincavam com minha visão,
Cores que não conseguimos ver
À olho nu.

Meu paladar não existia,
Tampouco meu olfato.
Todos achavam que era insanidade,
Mas eu os provava que era tudo normal

Afinal, todos conseguíamos
Observar como o sol e a lua
Brincavam de se esconder
Um atrás do outro.

O nosso jogo ficou entediante
E ninguém mais quis nadar no gramado,
Preferimos, todos nós, dormir
Nas teias da aranha colorida.

Noutra hora, concordamos
Deixar tudo aquilo dentro de um
Ovo que um de nós botou
E esperar até que nascesse novamente
Magia.


Élio Braga.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Verde, Branco e Laranja

Permiti-me dar
Férias a mim mesmo,
De mim mesmo,
E do que faço.

Permiti-me praticar
Simpaticidade e até mesmo
Permiti-me dançar!

Dancei uma tal de
Música animada.
Bebi uma birra, aliás muitas,
E caí.

Caí sobre mim mesmo,
O que não teria acontecido
Se não houvesse permitido,
Desde o começo, dançar.

Mas não me importo,
Não nestes dias,
Enquanto estou nestas férias
Verdes, brancas e laranjas,
Com sabor de trigo e cevada,
Com clima gelado,
Com cabelo e barba rubros
Com as bochechas coradas
E sem nada melhor para pensar.

Elio Braga.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Umidade Sonora

Talvez o céu só precisasse
De música para deixar que caísse
Sua imensidão d'água.

Talvez o céu tenha chorado
Enquanto meu violão soava,
Não sei ainda o porquê.

E para cada erro
Que cometermos juntos
Um raio se lançará em nossa direção.

Somos todos do mesmo
Pó que é o universo.

As lágrimas molham meu violão,
As gotas tendem a destruí-lo,
Talvez algo esteja fora do normal.

E para todos os raios,
Não há motivos para que não
Consertemos os danos causados
Por minha música.

A culpa é sua, não minha.
Para acreditar, basta perguntar-me
A quem é destinada todas as músicas
De meu violão.


Benjamin Neto.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Passarinho

Como pode o passarinho
Ter medo de voar
Se sua vontade é sadia?

Falta coragem
Ou simplismente impulso
Até que o vento se torne
Parte da pequena ave?

O pequenino não tenta e
Nem pensa em como começar
A bater as asas.
Mas um pássaro não desiste.

E até que creçam-lhe
Asas e coragem,
O passarinho permanece no chão
Sonhando com asas
E com o ar.


Benjamin Neto.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Incêndio

Para desmentir meu falecimento
E negar meu absentismo
Começo a noite fazendo mistério
Como costumo fazer comigo.

Peço aos olhos que se fechem
E que as chamas de ti comecem a
Cobrar de mim certo ímpeto que
Costumeiramente não possuo.

Ao tocar seus cabelos, prometo
Não paralisar-me, mas de fato
Já espero o contrário.

Sentir o ardor destes fios
Incandescentes será demasiado cativante
Para alguém que singelamente apaixona-se.


Benjamim Neto.

domingo, 6 de outubro de 2013

Medusa

As luzes apagam e acendem,
E você continua aí
Com este olhar um tanto
Errado.

Pergunte às cobras
O que elas ainda acham
Que podem esculpir em mim?


Élio Braga.

domingo, 29 de setembro de 2013

Velho

Pode chegar
Que a festa acabou,
Era para ser só minha
Mas muita gente apareceu.

Gente de todo tipo
Menos do meu.
Chatiou-me vê-las
Divertindo-se.

Todos vieram desejar-me felicidades,
Ainda estou tentando descobrir
Para que propósito.

Todos riam
E pulavam,
E eu as observava
De longe.

A música era boa,
O que é uma pena,
Pois houvesse música ruim
E aquelas pessoas sumiriam.

Enquanto tudo andava bem
Eu pensava comigo mesmo:
"Por que motivo odeio isso tudo?"

A resposta não encontrou-me
E isso me chatiou também.
Depois de tantos anos
Aqui estou, esperando novamente
Outra festa e a resposta.

Mas hoje, pode chegar,
Que a festa já acabou.


Élio Braga.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Samba

Para de fazer
Esse jogo de vai e vem,
De empurra daqui e de lá.

Tô começando a gostar de samba -
Samba daqui e de lá.
Samba comigo, que tal?

Me ensine a dançar direito
Porque todas as vezes que dancei,
Pisei no meu próprio pé
Ou pisaram nele por mim.


Élio Braga.

domingo, 22 de setembro de 2013

O Mago e o Cofre

Há um cofre
Que já não se sabe
Nem mais o que existe
Por dentro.

Ouvem-se rumores
De que há selado, dentro,
Magias incontroláveis.

Há gente que teme-as,
Há gente ansiosa para vê-las.
Mas são apenas rumores.

São rumores contados
Por um antigo mago
Que sabia como lidar
Com esse tipo de magia.

Este mago hoje mudou,
Está escondido por aí.
Não se sabe mais onde vive,
Ou mesmo se vive.

Disseram-me que
Os rumores são reais,
Que a magia é real,
Mas eu já não acredito mais.

Não desde que o último mago
Deixou com que a sua magia
Caísse por terra

E atingisse-me na plateia
Enquanto eu assistia-o com
Certa empolgação única.

Há um cofre em meu porão,
E nele, de tempos em tempos
Podem-se ouvir gritos de desespero:
Gritos de um mago.



Élio Braga.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Relação Indireta

Lábios floridos
Estranhamente chamativos.
Eu não me importo se do alto
Ou do chão eu tenho seu ósculo.

Ah, o dia anda tão estranho
Quanto curto.
Mas vejo um prolongamento dele
Quando sinto seu calor humano afagar-me.

O dia por aqui já teve a habilidade
De durar meses,
E mesmo assim ele é curto.

Hey, então quando você vai decidir
Mudar alguma coisa?
Solte as algemas da vida, por gentileza,
E prenda-as em mim.

Não, não preciso dos braços livres,
Só utilizo da mente para te abraçar.
Aliás, minha mente também já beliscou
Inúmeras vezes seus lábios floridos
Cor de felicidade.


Élio Braga.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Peri-pécia

Um aceno,
Um sorriso,
Os olhos azuis
E os cabelos brancos.

A pele fraca, tão fraca
Quanto a serenidade da respiração
De um senhor...

Pude reconhecê-lo.
Grande Peripécia encontrá-lo
Em meus sonhos...

As memórias tornaram-se sonho,
E o sonho tornou-se memória.

Agradeço a visita!


Élio Braga, via Lino Pedro.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Heroi

É difícil acreditar
Na vida abandonando
Os olhos felizes e o sorriso alegre
Que enfeitavam nossa casa.

Qual foi o último pensamento?
Qual foi a última sensação?
As respostas não vinculam-se ao fim...

O infinito carregará as perguntas
Juntamente com as lembranças que ficam.
E enquanto pudermos pensar por nós mesmos
O seu infinito sempre existirá
Conosco.

Reine agora sua alma
Em algum lugar, desconhecido por nós
Deste lado de cá,
Mas reine sua alma, sábia, feliz,
Impetuosa e sadia,
Reine-a num lugar melhor
Onde injustiças como a que lhe ocorreu,
Não existem.

A vida não nos fornece conselhos,
Não há como parar a dor da partida.
As saudades ficarão, suas marcas ficarão.
Fortaleceremo-nos com elas...
Aprenderemos a viver na dor
Até quando? Não sei,
Ainda estou aprendendo, também.

Não vale a pena batalhar pela vida
Sem lutar.
Você lutou...e como lutou!
Lutou como um gladiador.

Você permanecerá
Para sempre
Como um heroi.


Elio Braga.

domingo, 23 de junho de 2013

Verde e Dourado.

Ultimamente tenho sentido
Um cheiro estranho no ar.
Parece de terra, parece de chuva,
Parece um cheiro de um novo lar.

Senti há alguns dias
Um tremor nos arredores,
Senti lágrimas de um gigante
E de seus filhos melhores.

Senti vários passos caminhando
Num só ritmo e direção.
Senti-me puxado com força
Por inúmeras batalhadoras mãos.

Sinto um cheiro de vitória,
Mas ainda está leve...
Ainda há mãos a se juntarem;
E elas virão em breve.

Sinto o tremor crescendo
E os gritos cada vez mais fortes,
Sinto um país cansado
De ser levado à própria sorte.

Sinto alguma coisa acordando
Entre outras mil...
Sinto uma pátria amada
Sinto os filhos deste solo, desta mãe gentil,
Sinto, hoje, o Brasil.


Élio Braga.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Carne Crua

Quando quero deitar
As paredes de carne
Tentam impedir-me.

Sou jogado para trás
Enquanto meu peito
É perfurado por olhares
De desprezo.

Já não sei mais
O que é dormir
E muito menos
O que é sonhar.

Sou pura massa crua
Cheia de vermes,
Mas não posso ser descartado;
Não enquanto espirar esperança
De viver.


Élio Braga.

sábado, 18 de maio de 2013

Balões


Resolvi escrever
Sobre balões.
Balões que voam tão alto
Quanto eu.

Balões que festejam
Mesmo quando a festa
Já se acabou.

Balões que sem conteúdo
Não são nada.

Balões, iguais a mim.



Élio Braga.

sábado, 27 de abril de 2013

Do Rei ao Povo


"De que valeu construir a estátua do deus
Já que os rebeldes chegaram,
Já que todos invadiram
E mataram os filhos teus?


As aves voam tão longe
Que os raios de Sol impedem-me de vê-las;
O mundo para mim ficou tão complicado
Que subitamente não fui capaz de reconhecê-lo.


O solo ficou tão frio,
Que nenhuma planta cresce mais,
As águas ficaram tão quentes
Que já não podem saciar a sede dos animais.


O frio ficou tão intenso,
O ar está tão denso,
Mas minha a vida se tornou algo bom.


A corneta do barqueiro soa aquela canção.
A canção mais bela que alguém já ouviu,
Uma canção simples
Que diz


'Eu não conheço mais o som da música.
Eu não conheço mais o gosto da bondade.
Eu não conheço mais as lindas flores cor de carmim.
Eu apenas conheço
A mim'.


Os homens acompanham o som da corneta,
A lua revela uma imagem negra.
Chegou, por fim o dia
Que até o último deles viajará
Para uma terra muito mais distante,
Para uma terra muito mais profunda,
Chamada e aclamada por muitos.


Cada um, a partir daqui,
Fará seu próprio caminho
E sua própria terra,
E que a sorte esteja com vocês."


Élio Braga.

domingo, 21 de abril de 2013

Burning Something

Como é que chama
Aquilo que queima
A carne viva de todos
Os seres,

Que traz pulsos
Nunca imaginados
Aos de índole pouco
Extrovertida?

Como é o nome
Do que chamamos
Por um nome mas não
Explicamos por alegações?

Não lembro-me do título,
Pois há muito que já não tenho
Nem vontade e nem condições
De definir o que é esta estranheza

Que aprende-se sozinho...
Ou melhor,
Junto de outrém.

Élio Braga.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Burning Pages.

Ah, que som aprazível
Pairava sobre o casal
Que assemelhava Bento
E Capitu.

Capitu...
'Olhos de ressaca,
Que o diabo lhe deu'.

É, nada mais pertence
Às páginas incendiadas desta
Estéril memória que hoje já não
Lembra mais de nada.


Élio Braga.

sábado, 30 de março de 2013

Som Cardíaco.

Ao som do violino
Vou traçando meu caminho
Por toda minha insanidade.

Faço do som as vibrações
Das cordas cardíacas deste
Instrumento vital.


Élio Braga.

domingo, 24 de março de 2013

Você diz adeus, e eu digo olá.

Não parece tarde
Para se dizer adeus
Quando se é cedo
Para se dizer 'bem-vindo'.


Élio Braga

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Lente de Aumento


Nem precisei de lupa
Para ver a tristeza escorrendo,
Discretamente, da boca do menino
Do peito.

A lente d'aumento
Eram-me seus olhos.


Élio Braga.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Amor às Escuras


Seu cheiro
De café é
Colírio
Pros meus olhos
Cor-de-nada.


Élio Braga.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

AVISO DO DONO DO BARBenjamim , Maria , Lino e Tommas estão de férias por tempo indeterminado.


Élio Braga.

Amor Brasileiro

Sumiu-me calma
Quando a palma
De Maria
Marcou minha face
E meu coração.

Élio Braga

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Flores Murchas


Trouxeram-me o alecrim,
Mas este não me agradou
Ao fazer-me amar.

Trouxeram-me a rosa,
Mas quem disse que
Gosto de rosas?

Trouxeram-me o lírio,
Mas este quis tornar-se
Dono de meus olhos.

Por fim,
Não trouxeram-me nada;
E eu quis ficar com as flores
Que agora já estavam murchas.


Maria Eliz.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Frutas Podres.

Abra seus olhos,
Jogue seu espírito medonho
Aos céus.

Compre-me uma maçã.
Sim, ela está envenenada,
Mas eu sei que você gosta disso.

Calce suas botas,
Corra até o sol.
O mundo não está mais aquecido
Como costumava ser.

Acostumei-me
A viver pulando esta corda
Que nunca para de rodar.

Comprei uma das maçãs
E o veneno começou a fazer efeito,
Mas eu sei que você gosta disso.

Puxe logo a alavanca,
O mundo precisa parar.
Não há movimento adequado
À estas pessoas.

Não há fruta
Que se possa envenenar
Neste mundo,
Todas elas já nascem podres,
Mas eu sei que você gosta disso.


Lino Pedro.