Da janela do ônibus
Passam a estrada e os carros,
Passam as árvores destemidas,
Passa instantaneamente a vida.
Corre longe, fora do alcance
Dos olhos dos que nada enxergam.
É uma honra ver as ondas caminhando
Pelo universo ultravioleta entre as folhas
Das árvores e entre as partes da vida.
A chuva ataca minha janela
E tudo lá fora parece não ser entendido
Por quem está do lado de dentro
Da compreensão humana.
Os raios disputam lugar
Na escuridão que as nuvens trazem,
O som do mundo é então sentido
De uma maneira diferente da que estou
Acostumado quando penso no silêncio.
Ao ruído suave e constante
A imagem vista pela janela
Aparenta ser algo bom.
Élio Braga.
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