segunda-feira, 3 de junho de 2013

Carne Crua

Quando quero deitar
As paredes de carne
Tentam impedir-me.

Sou jogado para trás
Enquanto meu peito
É perfurado por olhares
De desprezo.

Já não sei mais
O que é dormir
E muito menos
O que é sonhar.

Sou pura massa crua
Cheia de vermes,
Mas não posso ser descartado;
Não enquanto espirar esperança
De viver.


Élio Braga.

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