sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Teatro

O teatro estava marcado.
A data ainda era desconhecida;
Poderia ser hoje, ou amanhã.
Ou nunca, talvez.

Ensaiamos e ensaiamos;
Na verdade, ensaiei até por
Demais.

Os tambores rufaram;
O público acomodou-se;
A expectativa crescia
Nas veias dos espectadores...

A cortina se abriu
E, por fim,
Quem encenou
Não fui eu.

O que mais rasgava minha mente
E serrava meus ossos
Não era contemplar minha própria ausência,
Mas sim ver meu papel sendo atuado por outro.


Élio Braga.

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